Papa Christophe Kisolokele Tusimbana, entre Papa José Kisolokele Diangenda e Papa Charles Diangienda Kisolokele, durante a conferência de imprensa anunciando sua viagem a Nkamba, sexta-feira, 25 de julho, em Kinshasa.
Depois de 23 anos de separação, os netos de Papa Simon Kimbangu, podem finalmente selar a paz.
Permanecendo em Monkoto desde 2002, o trio das linhagens de Papa Charles Kisolokele e papa Joseph Diangienda organizou uma conferência de imprensa nesta sexta-feira, 25 de julho, em Kinshasa, anunciando sua deslocação para Nkamba, chamada de Nova Jerusalém, na província do Kongo Central, com o objetivo de encontrar Papa Simon Kiangani Kimbangu, seu irmão mais velho e atual líder espiritual da Igreja Kimbanguista no mundo.
Diante da imprensa, na residência de Papa Charles Kisolokele Lukelo próxima ao Palácio da Nação, no centro de Kinshasa, Papa Christophe Kisolokele Tusimbana, destacando o caráter familiar do encontro, revelou que a iniciativa de ir a Nkamba foi tomada ainda em 2024, após o apelo do representante legal, mas foi adiada devido à indisponibilidade de papa Simon Kiangani Kimbangu, . Por isso, fixaram a nova data para a próxima terça-feira, já que se passou um ano e os fiéis estão impacientes.> “O projeto de ir a Nkamba surgiu em 2024, quando nosso irmão, o líder espiritual da Igreja Kimbanguista, Papa Simon Kimbangu Kiangani, lançou o apelo para que todos regressássemos a Nkamba no dia 8 de julho de 2024. Respondemos positivamente e escrevemos a ele propondo um encontro em outubro. Mas, apesar das nossas tentativas, não conseguimos nos encontrar. Quando nos aproximamos do dia 8 de julho de 2025, consideramos que um ano já era muito tempo desde o apelo, e algumas pessoas passaram a pensar que nós é que estávamos a rejeitar o encontro, por não termos dado seguimento. Por isso, propusemos o dia 29 de julho, uma data significativa para nós, pois foi neste dia que aconteceu o acidente de Papa Diangienda, a caminho de Tshela”, declarou papa Christophe, reconhecendo que o mal-entendido prejudicou a igreja.Salientou que :>
“Queremos reconstruir, restabelecer essa relação a partir dos laços familiares, e o resto veremos depois. Essa é a motivação do dia 29. Vamos de forma pacífica. Não vamos para tirar o título de Papa Simon Kimbangu Kiangani, jamais o contestamos nestes 23 anos.”
Papa Charles Diangienda Kisolokele se mostrou mais otimista. Explicou que, apesar da separação, o vínculo espiritual nunca foi afetado, pois todos sempre fizeram da unidade a sua prioridade. Ele garantiu que o encontro de 29 de julho será pacífico e servirá para “resolver as pendências”, insistindo na necessidade de a igreja reencontrar a sua imagem de outrora.> “Não estávamos juntos fisicamente, mas espiritualmente sim. Por quê? Porque nas nossas orações diárias sempre mencionamos o nosso irmão… Sempre falamos no sentido da reconciliação, porque a unidade da família foi sempre nossa luta principal. Isso quer dizer que não haverá dificuldades. É uma alegria ver os nossos irmãos. Não vamos para criar problemas, mas sim para resolver certas coisas. Onde havia sombras, vamos corrigir aos poucos.”
Questionado sobre o sepultamento da mãe e de outros irmãos em Nkamba, papa José Kisolokele Diangenda respondeu que esse não é o objetivo da viagem, que está centrada na busca pela paz. Assegurou que, caso ocorra um encontro direto entre os quatro irmãos no dia marcado, certamente chegarão a um entendimento.> “Mesmo para famílias divididas, como foi dito, basta que os netos de Papa Simon Kimbangu se unam e tudo se resolve. E vocês verão que, sem esforço, as pessoas se reconciliarão, porque o povo nos observa”.Unidos, os três netos das linhagens de Papa Charles Kisolokele e Papa Joseph Diangienda rejeitaram todas as vozes que tentam sabotar o projeto de unidade. Acreditam que aqueles que se opõem à iniciativa pacífica não compreendem o espírito do Kimbanguismo, que prega a paz.
A imprensa kimbanguista—